quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DoisMil... e 9 Parte II

Julho. O inverno fazia jus ao frio que lhe é típico e a gripe suína tomava conta dos colégios. E num dia tão gelado quanto, o Kagrra – uma das bandas do meu “kokoro” – se apresentaria no Anime Friends (evento que finalmente dava sinais de inovação). Até a hora do show, muita coisa rolou. “Invadi” o camarim das bandas de abertura – Ma:kiavel e Personna – a convite do Taro. De lá, vi e ouvi os japoneses fazendo a passagem de som, passando pelos corredores. Era uma sensação incrível e meio estranha vê-los de tão perto. Claro que logo fui “convidado a me retirar”, mas até então, já havia papeado e abraçado os brothers cariocas. De volta ao outro lado, os jrockers jundiaienses passeavam alegremente, comiam, brincavam, conversavam. Fizeram daquele dia um dia mais especial, um resumo das férias. Resultado? Todo mundo bem morto depois da apresentação apoteótica do Kagrra. Se foi o vírus do porquinho ou não, é difícil saber. Mas sei que passei a semana feliz – e de molho com diversos atestados.

Terminada a quarentena, a faculdade voltou com força total, e eu pude voltar também. Tínhamos uma campanha publicitária inteira pela frente para a EDEN, a primeira grife de moda 100% orgânica do Brasil. Um cliente interessante, mas novo e sem nenhuma base de marketing, num mercado ainda pouco conhecido e com diversos conceitos a serem trabalhados. Seria no mínimo complexo e desafiador. No estágio, as coisas melhoravam e as leves divergências iniciais com minha chefa sumiram. Passamos a trabalhar muito bem em dupla e a confiança só crescia. Novos estagiários entraram: O Rhafa (com quem eu já tinha trabalho no COT), Pedro, Gabriel e Alexandre (que estudavam juntos, logo, formaram um trio e tanto hehe), e a Ana. Apesar de adorar todos os outros, ela foi a pessoa com quem mais me identifiquei por lá, talvez por me salvar dos B.O.s impossíveis, ou por falarmos de nossa vida pessoal como velhos amigos, ou ainda pelo pacto que fizemos de sempre nos ajudar – ao invés de queimarmos um ao outro, como alguns velhos colegas faziam. Quem sabe ela me convida pro seu casamento rss...

Aqui adentramos numa fase do ano absolutamente fantástica, não só entre os 365 dias, mas entre todos os dias da minha vida. É a hora em que percebo que as coisas não acontecem quando nós queremos, mas quando simplesmente podem acontecer. Nayara é o nome dela. O contato do acaso nos levou a algo muito maior do que imaginei, e muito melhor também. Na verdade, é muito difícil descrever toda a nossa trajetória – que me fez constatar aquela amizade especial como o meu maior amor, como nunca senti, mas o qual sempre esperei. Conversas, risadas, escolhas – miyavi. É, o miyavi! Nos encontramos por lá. E hoje vejo uma sinceridade de sentimentos tão grande que pareço te sentir o tempo todo, em todos os lugares, em todos os momentos. Tenho muita sorte de ter te conhecido, de poder apreciar o seu jeito de ser e de agir. De poder tocá-la, de poder beijá-la, de poder sonhar com você, de poder dormir com você. Não há nada mais lindo no mundo do que olhar pra você! Fico contente pelas lágrimas que você me arranca serem de felicidade, e por ser exatamente quem é, alguém que não consigo expressar em palavras. E é exatamente esse o detalhe mais importante: Você é inefável. Você é indescritível pra mim.

Depois disso, o resto do ano poderia ser uma enorme catástrofe que eu continuaria iluminado pela beleza da minha amada companhia, mas, graças a Deus, seguiram-se ótimos dias. Desde a festa à fantasia de 18 aninhos da Mari (nunca cantei tanto parabéns de uma vez só), passando pelo (já citado anteriormente) fatídico show do miyavi, pela gravação do vídeo-clipe da Z’ephyruS (que, apesar das “perdas” posteriores, foi pra lá de memorável), por uma seqüência de mini-viagens – ora pra Limeira, ora pra São Paulo – junto do meu amor (que a essa altura já era oficialmente “minha namorada”), entre outros. Alternando os assuntos, a reta final da faculdade foi tensa e quase estressante, sendo que a Zaztraz fora o último grupo a entregar o book TCC. Nada que nos comprometesse com os professores, que aparentemente simpatizavam por nós e frisavam que o nosso cliente era o mais difícil de todos. Mas, no fim, pagamos o preço por tal dificuldade e não ganhamos o sonhado primeiro lugar na apresentação final. Claro que aprendemos muito do mesmo jeito, e serviu pra perceber o quanto nossa agência foi marcante pra cada um de nós, seja pelo aprendizado, seja pela amizade que surgiu dali. Em seguida, terminei um relatório de estágio do curso relativo ao meu trabalho na Caixa, que também estava em clima de despedida...

Definitivamente não posso esquecer as duas semanas finais de 2009. Primeiro, fomos viajar até a capital do sertanejo, Goiânia, onde moram minha cunhada e minha sogra – que me recuso a chamar de sogra, tamanho o seu jeito moderno e o carinho com o qual me acolheu. Nay e eu passamos o natal com elas e com o Kaká – que também é digno de lembrança. Tirando um imprevisto ou outro, não poderia ter sido melhor! Adorei conhecer a cidade planejada, quentinha e cheia de opções gastronômicas, além é claro de toda família em si (já sinto falta de vocês). E na volta pra Sampa, conseguimos chegar antes do aniversário do meu irmão e praticamente emendamos o reveillon nas festividades, lá na casa da avó do Guh e com alguns dos melhores amigos dos últimos tempos (há quem diga que estive bêbado durante a virada, mas as pessoas inventam essas coisas, sabe?). Pode parecer exagero dizer que foi o melhor final de ano que eu já tive, mas se você pensar que fiquei quase duas semanas com a minha branquinha, vai entender que faz sentido. Foi uma ótima oportunidade de testarmos nossa convivência direta, e ainda melhor constatar que o resultado não poderia ser outro: Saudades. Muitas saudades!

Viver sem ela pode ser difícil hoje em dia, mas começamos o ano com o pé direito: Juntos. E felizes pra encarar o novo ano que já está entre nós, numa nova fase de nossas vidas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DoisMil... e 9 Parte I

Dois mil e nove, dois mil inove...

O ano novo começou com o mundo da propaganda fazendo efeito na cabeça das pessoas. Muita gente deu boas vindas à 2009 com a promessa de inovar, tal como o trocadilho sugeria. Por um lado, me parecia uma besteira, já que sempre é tempo para inovações. Por outro, era uma brincadeira inspiradora. Às vezes, uma coisinha dessas realmente pode causar um efeito maior e fazer as pessoas acreditarem com mais força na capacidade que possuem de inovar, de mudar e de sonhar.

Sonhar. Comecei os primeiros dias de janeiro sonhando que tempos melhores viriam, pois 2008 já havia sido uma tempestade e tanto. Foram meses extremamente difíceis e dolorosos, aos quais eu tive convicção que foram os mais duros que já enfrentei, desde que aprendi a diferença entre o que é bom e o que é ruim. De certa forma, desde sempre. Eu tinha uma esperança ínfima escondida em algum canto, eu tinha literalmente sonhos esporádicos que me faziam mantê-la viva. Mas não sabia exatamente o que seria da minha família, até o telefone de casa tocar no dia 6. A partir dali, uma nova onda de fé me tocou, entre amarguras e arrependimentos. Suspirei aliviado e as boas novas me deram força pra recomeçar a lutar pelas minhas coisas. Começamos então a restaurar a Z’ephyruS, ainda mezzo-escondida do público. Fizemos um corujão, depois de um leve hiatos de festanças, com os amigos mais chegados. Procurei com mais ênfase um estágio nos jornais – precisava de um pra conclusão do meu curso. E assim, 2009 ia ganhando formas e cores pra mim.

Minha mente estava focada em me restaurar por dentro e isso incluía uma postura mais individualista – era o que eu achava, a princípio. Não seria a primeira vez que me fecharia um pouco do resto das pessoas, mas, ao mesmo tempo eu estava disposto a conhecer gente nova. Houve o aniversário da Misa, o aniversário da Laís, ambas do nosso “grupinho jrocker do interiorrr”. Houve o aniversário da Carol também, outra amiga do mundo nipônico, eventos de anime. Lá, conheci um grupo composto por várias pessoinhas que eu já tinha uma amizade prévia, virtual, principalmente via fotolog. A festa da Cah foi uma oportunidade de vê-los e constatar que eram legais, boas companhias. Entre elas, havia uma menina dos meus tempos de colégio, muito meiga e bastante tímida. Senti um encanto diferente por ela. Ali, me dei uma chance de conhecer alguém que parecia valer a pena. Dentro do clima – e praticamente dentro do grupo – todos nós acabamos saindo algumas (poucas) vezes.

“Ela não combina com você, Will, conforme-se”. Ouvir isso de um amigo que zanzava quase todo dia comigo pra dar uma volta por aí, depois da meia-noite, era o que faltava pra eu de fato me conformar. Ela era, e com certeza ainda é, uma ótima pessoa. Mas não combinávamos. Tínhamos estilos de vida diferentes, gostos diferentes. Havia simpatia, mas não havia empatia. Relutei um pouco pra acreditar porque eu sabia que não encontraria alguém com tantas qualidades facilmente. Da mesma forma que soube que não éramos um para o outro no primeiro beijo. Eu não me arrependo de ter conhecido-a, muito menos por ter conhecido o “clube” todo. Me arrependo de não ter percebido a distinção entre admiração e paixão antes dela se envolver tanto. Dores à parte, não queria mais machucar ninguém e decidi dar um tempo à palavra “relacionamento”. Se já não estava nos meus planos antes, depois disso definitivamente eu deixaria em segundo plano. Não seria o meu foco em 2009 encontrar alguém.

Entre março e abril, duas coisas importantes aconteceram e me ajudaram a deixar o coração um pouco de lado: Primeiro, o ensaio fotográfico da Z’ephyruS feito pela Mariana. Aquilo nos deu uma repercussão considerável com o público da região e com os fãs de jrock. A outra foi o meu estágio na Caixa Econômica. A oportunidade de conhecer uma instituição dessas por dentro foi uma surpresa muito agradável. Em conseqüência, os meses seguintes me propuseram um trabalho bacana (e bacana $$$) pra desenvolver um pouco do que aprendi na faculdade – na qual eu estava em clima de TCC. Tudo começava a girar em torno desses três assuntos, sendo a banda o meu “hobby” favorito (mas que dava tanta dor de cabeça quanto os outros dois rs). Partes dos momentos memoráveis do ano incluem a nossa estréia nos palcos de São Paulo, no Rox Festival, e o show no Animevale, em Jacareí – especialmente esse que rolou na véspera do meu aniversário. Não havia presente melhor do que ver aquele bando de doido junto e o retorno positivo que tivemos do público. Foi lindo!

E algumas horas depois, com o mês de junho passando, meu aniversário chegou. Numa comemoração mais intimista que o dia anterior – incluindo uma passagem na Nipo e na casa do Jujuba – a câmera da Mari (digo a câmera porque ela também estava posando huaehuae) captou uma cena típica de “Anos Incríveis”. Amigos em volta, sentados num morrinho gramado e sorrindo para o click em preto e branco. A melhor foto pra ilustrar aquele dia, aquele semestre, e aquelas companhias onipresentes dessa época.