quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ocupado

Você acorda com ideias na cabeça. Liga o computador enquanto começa a preparar o café da manhã, e engole tudo pra escovar os dentes mais rápido ainda. Senta em frente ao monitor, dá meia dúzia de cliques no mouse e já checa todos os meios de comunicação possíveis, vendo cuidadosamente se recebeu recados em cada um deles. Abra aquela pasta de MP3 e coloca alguns sons pra rolar. Começa a correr atrás dos assuntos de seu interesse, e puxa conversa com pessoas que fazem parte dos respectivos assuntos. Para tudo e vai lá pra cozinha preparar seu almoço, ou algo que pareça com isso. Volta comendo ao PC. Algumas conversas se extendem, outras são interrompidas por algo que está tocando. Uma voz do outro lado da linha te trás o sentimento de tudo que há de bom - exceto, talvez, pela distância. Você deixa o celular num canto, ainda com o pensamento na conversa que acabou de acabar, mas voltando as demais que estão a sua espera. Resolve problemas que dão origem à outros. A música continua rolando de fundo, embora já não seja tão digna de sua atenção. A noite cai, as pessoas em sua casa vem e vão nas horas seguintes, e você retorna ao resto de pizza - fria - que sobrou em cima da mesa pra desgutá-la como seu jantar.

Nesse momento, você senta ao sofá e vê como o dia pode passar em questão de segundos quando sua mente está ocupada, mas também enxerga a capacidade de parar o tempo quando se concentra naquilo que ama. Antagônico, eu diria. E dali, voltando à rotina, você pensa que estar ocupado é uma boa até que o tempo pare de vez.

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