segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Lá e de volta outra vez - Retrospectiva 2008 (Parte II)

Dizem que, antes de qualquer guerra, há sempre alguns minutos guardados para o silêncio. Um momento de tomar fôlego para o que está por vir. A brisa antes da tempestade, por assim dizer...

E as férias de julho vieram, foram ótimas! Entre dias de descanso, aniversários, CFC e caravanas agitadas (devo incluir aqui tanto a Anime Friends quanto a estréia do Batman, né haha?), elas cumpriram seu papel e foram bem tranqüilas pra mim. Também era o começo das festas julinas/agostinas, especialmente nas Igrejas, e eu devo ter “rodiziado” uma meia dúzia de paróquias por isso uheauheauhea! É sempre uma época que eu adoro, não só pela pausa das atividades do ano, como pelo clima mais ameno e o friozinho, diferente do calor das vésperas do natal/ano novo (verão não é comigo rs xD). Então, nada à reclamar, mesmo! Mas eu já sentia uma necessidade de mudar, talvez por vontade própria, ou não. Trocar o Will “loiro” pelo “moreno” não foi só uma frescura momentânea. Foi um símbolo de buscar mais personalidade, agressividade, firmeza. Pra agüentar toda a mudança.

Então, minha guerra particular chegou em agosto. Ainda não é hora de revelar todos os motivos, mas foi meio premeditada, e ao mesmo tempo pegou de surpresa. Minha casa parecia à beira do abismo e a gota d’água foi ver minha mãe doente, pela primeira vez, de uma maneira que eu jamais imaginei. Foi terrível! Se estávamos com o emocional abalado por inúmeros motivos, sem ela, eu perdia meu maior exemplo vivo de razão. Eu, que sempre me questionei o quanto era responsável, maduro, capaz de resolver e enfrentar os meus problemas, de repente, tive que ser o pilar de toda minha família. Jamais imaginei que isso aconteceria tão cedo e foi, sem dúvida, minha maior prova de fogo na vida. Com direito a brigas, sacrifício, suor, sangue, desespero, descrença... tudo que podíamos fazer estava sendo feito. E, às vezes, o tudo parecia não significar nada, parecia não ter valor nenhum. Isso doeu por demais.

Assim, se antes eu cortei algumas coisas indiretamente e por precaução no começo do ano, dessa vez era diferente. Foi tudo muito subjetivo, mas direto. Comecei a sair menos, diminui meu desempenho na faculdade, perdi o interesse por hobbies alheios... eu queria me concentrar naquele problema e resolvê-lo, apenas. Novamente minha banda ficaria parada (costumo dizer que sofremos com tudo, menos empresários, porque não tivemos um rs), porém, vez ou outra, acabei escrevendo algumas letras que deram origem à canções como STARS, Amanhã, e as duas partes de ~ Dreams ~ (The Sleepwalker e Nostalgia). Acho que me expresso melhor com palavras, então, elas traduzem boa parte dessa época, são bem profundas mesmo – até além do que a maioria possa pensar ao ler (e eu espero que possamos tocá-las para nossos amigos e outras pessoas em breve).

Foi num desses dias nublados que tive uma das maiores surpresas do ano, em meio uma conversa com a Paula sobre “futuro”, às – possivelmente – 03h30 da manhã rs. “Se um dia eu tiver uma filha, gostaria que chamasse Hellen, ou Helena” – disse. Ainda é cedo pra encontrar minha filha, mas não para encontrar minha amiga. A presença da Lena, entre poucas briguinhas e muitos bons momentos, me marcou profundamente. Ela trouxe à tona algumas coincidências e restaurou parte de algumas outras que eu havia esquecido há anos. Creio que saiba e ao mesmo tempo mal se dê conta disso rs! Posso incluir o Gui (que praticamente já virou irmão) e, novamente, a Sô e a Ana no pacote. Entre “corujões” regados à filmes, pizzas, e noites bem dormidas (ou não haha), hoje eu sei que tenho praticamente uma segunda família com a presença deles. Essa é uma conquista que, no mínimo, eu nunca poderei agradecer por completo – no bom sentido, claro! – e que eu espero que seja eterna enquanto puder.

Outra conquista super digna foi a carteira de motorista, aháaaaa! Tá, eu ainda não tenho carro, então, não quer dizer tanta coisa hueauheauha! Mas consegui cursar o CFC, fazer as aulas e tudo mais em 2 meses, como havia planejado. Tempo quase recorde, né? E muito disso graças à Rita, também conhecida como "Tia Rita" haha! Machismos à parte, só quem não conhece ela fala que mulher não sabe dirigir rss... entre histórias, piadas e balisas ao sol do meio dia, a Rih me instruiu bem e garantiu minha aprovação no exame de primeira, sem cometer nenhum erro (e olha que o maledeto do examinador tentou ehm rs!). Tudo bem que o carro dela era praticamente "adestrado", convenhamos aehuuheauhae, mas não importa. O importante é que deu certo, que fiz mais uma amizade, que ela é geminiana e que me convenceu a comprar um Celta haha (embora ainda pense em outras possibilidades, tá? =x *se esconde*).

Coisas assim são as que nos fazem ter ânimo pro dia seguinte, pois nem todas as batalhas são realmente vencidas. Em setembro, eu comecei a trabalhar para uma agência, com uma franquia aqui na cidade. A princípio, um mar de rosas, mas depois, nem tanto. A mesma maré parecia tomar conta do nosso grupo na faculdade, que começou impressionando aos outros no ano passado, e agora, caminhava apenas nos decepcionando. Duas coisas distintas em que a solução, infelizmente, seria apenas através de um recomeço. Confesso que em ambos os casos eu fiquei chateado de primeira, mas vejo que tais escolhas foram melhores assim. Escolhas minhas, diga-se de passagem. Algumas junto do meu chara Will(iam), que foi com certeza o maior companheiro universitário do ano. Seja nas notas máximas, seja nos torturando mutuamente com aqueles trabalhos cabeludos aos 45 do 2º tempo haha!

Ainda em clima de guerra e com as tristezas somadas cicatrizando, um outro detalhe acaba surgindo com jeitinho de “bola de neve”: o namoro entre o Leo e a Kell. Sempre fui a pessoa mais diplomática do mundo, e não acho que isso tenha mudado. Isso sempre me permitiu conviver entre grupos de pessoas que, se dando bem entre si ou não, estavam em paz comigo. E é o que importa, acredito. Porém, dessa vez a poeira estava muito alta. E qual é a base de qualquer relacionamento? Confiança, não? Confiança que nos leva a sinceridade. Não creio que minhas palavras tenham sido leves, ao ter a confiança questionada, mas passaram longe de ser injustas ou traiçoeiras. Aposto que qualquer pessoa sensata com a visão dos dois lados concordaria sem ponderar. Claro, não sou intocável. Tento ser justo, tento. Mesmo que isso pareça agressivo ou machuque. Sei que esse tipo de senso aumentou nessa época tão tensa pra mim. Brigar “com” alguém e brigar “por” alguém são coisas distintas, que só a maturidade e a própria confiança poderiam reter. Nem sempre funciona de cara. Só é triste ver o quanto conclusões podem ser distorcidas. Whatever, faz parte, uma hora a poeira tende a cair.

"C'est La Vie" (a vida é assim): ela balança, mas não cai, só cai se você quiser! E pode até mudar de rumo, de jeito, pode até parecer indecifrável ou próxima do fim do mundo. Até que algo ou alguém te derrube do cavalo, à lá São Paulo no novo testamento. Eu, que perdi a fé num dia de dezembro, recuperei-a na noite seguinte, ironicamente. Daquelas ironias que dá vontade de sorrir tanto, de dar até vergonha em poder sorrir. E junto, aparecem mais pessoas notáveis aos quatro ventos: Annitah, Vitor, Ludmila, Igor, Cacá, Gustavo, Malu, David, Karol, Paul, Nayzita, Leandrovisk, Samantha, Juliano, Débinha, Jesus, Mandy, Morilon, Vanessa, Renan ... meu, é tanta gente! Tem horas que penso “uhuum, eu tenho poucos amigos, mas acho que tá bom!” e depois eu vejo tudo isso e penso de novo “minha nossa, desde quando eu mereço toda essa consideração rs?!”... e eu sei que sempre estou devendo uma visitinha aqui e acolá, sei que vez ou outra me xingam e me batem por isso uhauhauha, mas é através dessa presença, dessa saudade, desse carinho alheio que mesmo quase sem luz, a gente ousa acreditar...

(E sim, ainda tem mais uma parte haha, só pra finalizar! xD)

Um comentário:

Ana Tafarello disse...

Acho que todo ano tem uma parte conturbada!! Para mim foi meio que ao contrário, o mês de julho não foi lá o que eu esperava, e alguns dos meses seguintes também foram difíceis. Nesse ano passei por batalhas internas que me ajudaram a crescer e perceber muitas coisas. O bom é que depois de tantas tempestades, vem a calmaria para recompensar tudo que a gente passou e para que possamos curtir todo esse crescimento pessoal!

* esperando a parte III * XD