terça-feira, 27 de outubro de 2009

13 de Outubro - Parte II

Nem mesmo mil linhas vão ser capazes de descrever o que aconteceu, mas, acho que vale a tentativa... =~

Emprestando um pouco da visão delas, enquanto estavam no meio do grupo que esperava o miyavi chegar, a Lid – fundamental naquele instante – teria me visto surgir ao longe. “Nay, o Will tá chegando, vem!”. E a Nay travou. Caminhando sozinha, a Lid teria voltado pra puxar a dona Nayara: “Vem logo, ele tá vindo, vem!”. Pensando na situação, eu fico me perguntando o quanto a vida é engraçada. O quanto uma sutil amizade que fiz no show passado – mas que sempre me passou uma empatia enorme em poucas conversas – estaria ali, influenciando pra que a “hora h” fosse ocorrer daquele jeito (e Lih, eu tenho que te dizer, você foi um anjo! Mesmo sem saber, você foi!). Do outro lado, a Mari e eu entrávamos no mesmo corredor, próximo a entrada da casa, próximo as pessoas sentadas nas laterais, e próximo a gritaria e aos seres coloridos.

Foi um encontro recíproco que parecia combinado. As duas vieram na nossa direção enquanto nós dois íamos na direção delas. E eu vi a menina mais linda do mundo me olhando com uma mistura de timidez e descrença de que aquilo fosse real. Acredito que senti o mesmo. Veio um “oi” que misturava esses sentimentos junto de um suave abraço. E a primeira coisa que disse, lembro perfeitamente, foi “Ainda acha que é um sonho?” e ela rindo de leve respondeu “Eu acho!”. As primeiras palavras aos poucos foram nos acordando pra realidade, foram nos despertando devagar – e tanto a Mari quando a Lid já haviam cumprimentado e saído meio de fininho rs. As mãos, aos poucos se apertando, também ajudaram. E a conversa começava a fluir progressivamente.

A Nay então me contou o que aconteceu na noite anterior, quando disse que já não estava mais bem. Um estresse complexo girou em torno de desentendimentos entre os grupos da fila e suas respectivas ordens, envolvendo ainda os membros do fã clube, e da comunidade orkuteira, entre outros. Me contou inclusive a atitude covarde de um japonês bastardo pra cima dela, julgando-a numa hora que estava sozinha, num momento de puro azar e insultos gratuitos. Foi exatamente antes de me mandar aquele recado preocupante. E tenho que ser sincero, vi em seguida o dito cujo a poucos metros e o encarei com muita raiva até ele baixar os olhos. Mas, sabia que o problema já tinha amenizado – ela me frisava isso – e era algo irrelevante agora que estávamos juntos. Pra que estragar se podíamos compensar, né?

Assim, focamos nas coisas boas. O Ricardo – um colega meu que ia ao show – surgiu do nada e me abraçou aehehuea! Levou com ele emprestado o violão que eu trouxe (pra fazer charme às menininhas, acho). E a Cah, lá dos confins de Aracajú, surgiu. Era uma amiga da Nay que conheci poucos dias antes pela net, e que veio saltitante me ver assim como prometido haha, um amor! Ela é outra menina com uma importância além do normal para o dia, contarei mais adiante. Nesse troca-troca de pessoas, a Mari voltou a interagir com a gente e papeamos até meu violão voltar rs. Daí, ao lado da incansável espera por um miyavi que nunca chegava e de alguns surtos coletivos, vai e voltas, conversas paralelas, etc, decidimos ir almoçar – digo, comer alguma coisa. Mari, Nay e e eu fomos então.

Pela primeira vez contemplei a fila básica e as diversas barracas acampadas num... acampamento? Juro, a lateral do Citibank com aqueles jardins ralos, árvores e terra, além da multidão, parecia muito um acampamento haha! A essa altura, talvez umas 2 da tarde, Nay e eu já parecíamos um casal normal – e muito legal, claro huaehuaehua! A Mari disparava comentários ácidos, irônicos e engraçados sobre os “otakus” presentes, seres que ela abomina, talvez por conta da irmã que ela “adora” rs. Falava sobre as roupas, sobre os cabelos, sobre a histeria alheia, sobre tudo! Menos sobre a Nay, ela era nossa protegida. Digo “nossa” porque, contrariando todas as leis da física, essas duas mulheres da minha vida chegaram num nível de amizade épico em tempo recorde! Ok, sei que tagarelaram bastante pelo MSN, mas mesmo assim, foi um laço inesperado gerado em pouquíssimos dias. Um ótimo laço!

Nosso almoço se resumiu a alguns salgados básicos de um bar da esquina. Creio que a ansiedade, espera e tudo mais mataram parte da fome. Conversamos, passeamos, aproveitamos calmamente aquelas horas. Ainda estava claro, entardecendo, quando nós três, além da Lid, Cah e mais uma menina, resolvemos sentar um pouco no local acampado pela Nah lá na fila, pra poder usar o violão e não deixá-lo só de “enfeite” rs. Não tinha muitas músicas japonesas em mente, mas, pra quebrar o gelo, resolvi tocar “Tudo Que Vai” do Capital Inicial – uma canção que sempre gostei e todos costumam saber de cor. Terminado, passei a vez pra Cah que ficou de mandar “Señor, Señora e Señorita” pra gente. De fato, não rolou huaehuea! xD Ela esqueceu os acordes e devia estar um pouco nervosa... Mas serviu pra dar uma descontraída.

"_ Agora você toca uma sua...
_ Tá... Qual você quer ouvir?
_ Ahhh, qual você acha?"


Se existe um momento marcante que sintetizou o dia 13 de outubro, com certeza absoluta foi esse. Aquele diálogo ressoava como um dejavu surreal, algo que parecia traduzir magicalmente meu sonho anterior (vide o post de agosto - "Garden"). Aquelas palavras, naquele lugar, com aquela música... Deus do Céu! Eu tocava Frozen Times. E tentava não me dispersar pra conseguir chegar até o fim, mas não pude deixar de olhá-la em alguns segundos. E ela observava com o olhar mais doce da face da Terra... Parecia que realmente tudo que precisávamos dizer um ao outro era dito naqueles versos, naquela melodia e que mais nada importava. Ela não chorou - talvez porque eu pedi, né rs? - mas as lágrimas de emoção estavam ali. Eu vi seus olhos brilharem de um jeito que nunca havia visto na minha vida. Quando a música acabou, diante de um sonho que virou realidade, eu me encontrava completamente perplexo, extasiado. Enxergava a pessoa que mais amei, ali, na minha frente.

E o carinho mútuo era notável,
E nos encontramos no primeiro beijo...

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