quinta-feira, 29 de outubro de 2009

13 de Outubro - Parte III

“Como esperei por esse momento”. Foi o que ela me disse quando nos olhamos de novo. E pra alguém como eu – que pode até ser tachado de falar muito rs – fiquei totalmente sem palavras. A única coisa que pensei e quis absurdamente pra retribuir, naquele instante, foi beijá-la novamente. Por mais que nossos corações estivessem pulsantes, por mais que a adrenalina estivesse nos ares, a ternura foi nos acalmando, acalmando... Da minha parte foi algo único, uma das sensações mais doces que já senti, uma das lembranças mais belas que já guardei na vida – se não for a mais bela, pelo conjunto da obra. Pra fechar com chave de ouro, nós nos distanciamos mais uma vez e a Cah disse: “Posso falar agora?” – alguns risos perdidos – “EU SABIA, EU SABIA! Já tinha sonhado com vocês!”.

E era verdade. Uma semana antes, e antes de me conhecer, a Cah contou a Nay (pra nossa total surpresa e espanto) que teve um sonho “estranho”. Que o ingresso que a Nah ganhou na promoção do myv foi dado a um amigo que ela nunca pôde encontrar pessoalmente, um carinha que a Cah definiu como “aquele que você ameaçou de cortar o ***** fora se não aparecesse com freqüência” (percebam as coisas que as pessoas lembram, percebam aehaeahuae). Ainda disse que viu os dois juntos, que tanto a Lid quanto ela presenciaram a cena, e ainda teriam comemorado, incentivado, feito “uhuuuull!” juntas huahuauhaua, entre outros... Entendem porque eu digo que há coincidências e bizarrices demais pra um dia só? xD

Pouco depois, o tal grupo 5 em que a Nay estava chegou. Eu mesmo não entendi direito o que aconteceu, se foram antipáticos com a Mari, se chegaram chegando, foi muito rápido. Provavelmente como reflexo das discussões no dia anterior, acharam que ela estava furando a fila e foram meio diretos, tipo “esse lugar é nosso” (o que não fazia diferença pra alguém que é imprensa, mas, até explicar...). Comigo, não houve problema. Pareceram entender de cara quem eu acompanhava e já estavam cientes que iria chegar. Devo dizer que era pela Nay que eu fazia questão de estar ali, e só, porque veria o miyavi lá da porta se fossem arranjar caso. Nesse ponto dava pra entender o quão a senhorita Janeiro se mostrava inconformada. Ela saiu e foi pra beira da calçada fumar. Tá aí um vício dela que eu queria cortar, mas, diante das circunstâncias, um cigarrinho pareceu viável pra guria dar uma relaxada rs...

Um tempinho considerável depois e uns fãs do myv – vulgo “exército otaku” – começaram agitar pra que a fila se endireitasse. Foi digno de rir e chorar, porque não dava pra acreditar no caos que faziam pra manter tudo aquilo em “ordem” rs. Tirando uma discussãozinha ou outra e uma nova implicância com a coitada da Mah aehehahuae, passei a ignorar os gritos e mini-tumultos aleatórios. Fiquei ali apreciando a pessoa que estava comigo, e ela merecia depois de toda insistência e esforço pra que desse certo. Posso dizer que a química com a Nay só foi crescendo conforme a noite ia caindo, entre longos abraços, beijos suaves e silêncios adoráveis. Nunca gostei tanto de ficar em silêncio com alguém. E juro ter pensado mais de uma vez que o mundo podia acabar pra eternizar o que estávamos vivendo.

Um fato engraçado: Por volta dessas horas, o celular da Nay tocou. Era a mãe dela. Não percebi logo de cara, mas uns minutos depois... “Aiii mãe, você tá falando sério? Você vai me matar de vergonha!... Aiii meu Deus, tá!”. A Nah me estendeu o braço e continuou “Ela quer falar com você rs!”. Fiquei com cara de coxinha eahueahea, achando inesperado, engraçado, e até bacana vai haha. Atendi. “Oiii! Então é você que tá aí com a minha filha, né? Vê se não vai abusar da menina só porque tá sozinha e perdida na fila!” – ela falava rindo, e eu ria junto rs – “Como você é? Você é japonês também? É italiano? É grunge, gótico, ou tem o ‘estilinho’ dela?”. Consegui dar a primeira resposta sem rir “Bom, não sei, melhor você mesmo dizer quando me ver!”. “Uhuum, então você é normal?” – ela replicou. E respondi de novo “Acho que normal é uma palavra muito forte, não é rs?”. “Ahhhhhh, então tá ótimo! Porque na minha família não tem ninguém normal também!” (HUAHUAHUAHUAUA! xD).

Ouvindo a simpatia dela, trocamos mais algumas palavras e a promessa de nos conhecermos pessoalmente. A Nay ainda lá, toda tímida com a situação rs, mas honestamente o papo foi super saudável – gostei. Rindo à toa e sentados num degrau, lembramos de tirar umas fotos pra registrar a ocasião especial, e é, nós até tentamos haha! Logo a Mari se aproximou e fez a gentileza de fazer o serviço direito pra gente... “Olha como sou uma vela legal! Além de companhia, eu ainda tiro foto, CHOQUEI!” (Mah, o que seria do nosso humor sem você, ehm? EHAhueAhuea). O tempo passava, a espera pelo show crescia, e resolvemos guardar nossas bolsas e bugigangas no hotel com a Cah. Voltamos, esperamos mais um pouco, mais uma vez envolvido no meu romantismo particular com a Nay, e nas caras e bocas que a Mari fazia sobre o Hick. É, o Hick não chegava, não chegava... E o nosso ingresso dependia dele (ou não).

Por sorte e com um certo atraso, uma listagem com os nomes de sorteados da Rádio Blast “brotou” na bilheteria. Isso resolvia parte do problema, Mah e eu já poderíamos entrar na casa. Porém, ela estava lá pra tirar fotos, estava cheia de equipamentos, e só de olho nos seguranças que pareciam decididos a sumir com qualquer bagulho parecido com uma câmera ou uma pilha (artistas e gravadoras japonesas costumam proibir fotos tiradas pelo público, faz parte do contrato burocrático deles). Aflita, a Mari resmungava a possibilidade de ir embora se a barrassem, já que o Hick não chegava pra garantir sua entrada. Mas ele chegou! Chegou UM MINUTO depois que os portões abriram, às 19h31, e apareceu do nosso lado tão surpreendentemente quanto o seu paradeiro até então. “Pessoal, desculpa a demora, mesmo! Mas a gente conversa depois!” – ele disse, sem lembrar que pouco provavelmente haveria um depois rs. O Luigi da jrock~vk e o Leandro, staff da Yamato/baixista da M’ai, foram outros que teleportaram do nosso lado e evaporaram igualmente.

Portões abertos, fila andando, e todo mundo muito ALUCINADO pra festa começar! Passei pela revista, esperei a Nay passar, demos as mãos e saímos correndo em direção a grade (ignorando geral o segurança no corredor “eiii, não corram!”). Acabamos na segunda fileira próxima ao palco, bem no centro. Minha visão era ótima, a Nay sofria por ser menor rs, mas parecia satisfeita. Em seguida, vi a Mari correeeeeeendo pro chiqueirinho dos fotógrafos, dentes cerrados, mãos em forma de “METÁAAL!” e uma expressão de extrema satisfação no rosto por ter sido a primeira imprensa a entrar no ambiente – ainda mais depois da apreensão e sufoco passada. Até um cara do “quartel otaku” pediu desculpas vendo-a na frente de todos e fora da muvuca rs. Os fãs foram entrando, o local foi enchendo, mais fotógrafos se juntaram a Mah e uma última espera de duas horas seria necessária. 9h30 da noite, 9h30 da noite...

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