sexta-feira, 30 de outubro de 2009

13 de Outubro - Parte IV

Pontualmente, as luzes davam sinal que a apresentação finalmente iria começar. A histeria enorme e empurra-empurra já eram um fato presente. Os músicos entraram um a um, como de costume, e o ser esperado da noite veio de costas, num típico “moonwalker” e coberto por um guarda-chuva preto. Gritos ensurdecedores – literalmente – ressoavam no ar e cobriam o volume dos musicistas. Miyavi virou, encarou a platéia, num início mega teatral e cheio de poses. Nunca ouvi tantos gritos na minha vida haha, e acredito que o fato era por estar na grade e boa parte do público ser feminino. Eu poderia tentar descrever o quão foda foi o show. Poderia dizer que foi mais simples que o anterior, mas com um set list poderoso – e pesado! Talvez a banda de apoio não fosse tão espetacular, mas o myv estava espetacular – bonito, e com uma performance maravilhosa. Fanatismos a parte, me lembrou muito o Gackt. E deu um espetáculo! Ganhou aplausos, berros – e arranhões rs – por merecer.

Houve sim um grande sufoco pra agüentar a falta de bom senso do público – que continuava empurrando – e o calor demasiado, que já era de se esperar. Houve músicas que a pessoa aqui não sabia cantar, mas ficava satisfeita apreciando, ouvindo, admirando. Era uma mistura de “paraíso e inferno” rs! Mas nada valia mais do que ver a menina que amo tão radiante. Em determinado momento, ela soltou mais uma frase que jamais vou esquecer “Estou feliz... os meus dois ídolos estão aqui, juntos comigo”. Foi outra digna de me deixar sem palavras e de só pensar no beijo como forma de gratidão. Parecia até uma heresia ela me chamar de ídolo, me comparar com o myv, mas não era mentira que a Nay se considerava uma fã da Z’ephyruS antes, bem antes de nos imaginarmos lado a lado. Não é mentira que ela foi a primeira a se tachar como “fã nº1”. A única diferença é que, hoje, eu também sou seu fã nº1. Então, se haviam ídolos juntos ali, não eram dois, mas sim três.

Já no encore, tocaram Neo Visualizm – minha música favorita dele – que batiza meu fotolog e meu (outro) blog por ter um significado que me identifico muito. Foi uma coisa apoteótica! E me sinto até pouco a vontade de fazer uma resenha detalhada das músicas pra não cometer erros. Momentos de melodia, emoção, raiva, bate-cabeça, cuspes na platéia, mais emoção, agito, lágrimas, sorrisos... Foi um pouco de tudo isso. Quando o myv se despediu e as luzes se apagaram, a casa começou esvaziar devagar. Nay e eu saímos esgotados, descabelados, mas nitidamente felizes. Meu braço esquerdo e minha perna direita já não estavam mais inteiros rss (na tentativa de evitar o máximo de empurrões pra cima dela), mas a dor era quase anestesiada pela felicidade que tivemos. As ruas e calçadas de Moema se enchiam de parentes em busca de seus filhos coloridos, e nós atravessamos a multidão até sentarmos nos degraus do hotel pra respirar e acalmar o frenesi.

Mari, Cah, Nay, eu... Estávamos todos unidos de volta (menos a Lid que sumiu, ‘comofas?’). Subimos no quarto da Cah pegar nossas bugigangas, esperando no corredor. A Nay me agradeceu por estar com ela naquele dia. Eu a agradeci por ter me dado essa chance. Pra mim era tudo muito real, mas ainda assim parecia uma cena de filme, ou um capítulo de um livro. Pegamos as bolsas e descemos já em clima de despedida, dando tchau a Cah e ao pai dela (que pareceu bem gente boa por sinal). Começava a bater uma nostalgia de leve nos vendo voltar às ruas, com as pessoas se dirigindo aos carros, ônibus, retornando às suas casas. Começava a enxergar todas aquelas últimas horas que já deixavam saudades. Numa despedida inevitável – e que tinha que ser rápida pra Mah e eu tentarmos a sorte com um ônibus – nos olhamos de mãos dadas, nos abraçamos. Ela me deu beijos aleatórios por todo o rosto, transbordando alegria. Eu a beijei como um último sinal de “obrigado”. Sai, mas ainda olhando pra trás, me deu um aperto... Voltei pra beijá-la mais uma vez – “até breve”.

Na espera de um busão alucinaaaaaado, ainda vi minha pequena voltando e dizendo que conseguiu carona com um amigo dela (uma preocupação a menos por saber que chegaria inteira, e um bônus a mais pra quem já estava com saudade =~). Ela partiu. Mari e eu continuávamos às 10 pra meia noite na expectativa que algo nos levasse ao metro – que costuma fechar meia-noite rs. Aqui, basicamente começa outra missão impossível. Já cogitávamos rachar os gastos de um táxi com um casal do nosso lado (sem saber se realmente teríamos grana pra isso haehuehuea). Aí fez-se a luz! Os faróis de um ônibus com o destino necessário. Subimos sem pensar duas vezes, e ainda brinquei com a Mah sobre o que aconteceria se pegássemos um ‘latão’ errado. Brincadeira de mal gosto haha, mas estávamos no caminho certo. A véspera da quarta-feira, nós voltamos freneticamente ao rumo inverso das estações já percorridas – nove estações pra ser exato rs. Com os ponteiros já marcando que o dia virou, tínhamos uma meia hora pra chegarmos até o Cometa sabe-se lá se Deus quisesse!

Foi foda aehuhuaehua! Não há expressão melhor que defina a insanidade de atravessar tudo aquilo rezando pra não dormirmos no terminal final rs. Faltando pouco para o fim do percurso, o metrô pára. MANUDUCÉU! Só podia ser a Lei de Murphy. O bichinho ficou parado uns 5 minutos vitais pra gente. Fudeu, fudeu muito! Mas o nosso santo era forte. Naquele dia, meu santo tava muito forte huahuaha! Tinha dado tudo certo, tão certo, por que o final teria que dar errado? Não, não daria. O vagão recomeçou a andar e suávamos frio pensando no tempo. Estação Tietê novamente, corre pra lá, corre pra cá. Só dá a doida da Mari e o Will correndo naquela calmaria da madrugada. Último Cometa partindo às 00h45 pra Jundiaí. Eram 00h40. Compramos as passagens e o tiozinho “é lá na pqp!” (okei, ele não disse isso, mas subentendam que o ponto era longe haha). E lá vão os dois doidinhos, quase sem fôlego, nos metros finais da maratona. Tenso. Com o local à vista, suspirávamos aliviados. Ainda tinha que preencher aquela merda daquele papelzinho com nome, endereço, cpf... Fizemos um senhor garrancho huaehehuae! E chegamos. Desacreditados, mas chegamos. Merecíamos uma medalha.

Mari e eu éramos só sorrisos. Sorrisos e gargalhadas de êxito. De sustos, de memórias, de vitória. Surreal! Provavelmente todos queriam dormir nos bancos ao redor, mas era difícil não discutir o dia épico. Depois de uma meia hora de viagem, o cansaço pesou e ficamos calminhos rs. Nem acreditava que iria dormir antes de trabalhar aehauehaue! Desembarcamos em Jundiaí, um silêncio digno de uma cidade inteira dormindo. A mãe dela nos buscou e me deixou em casa. E a minha mãe mal acreditou quando me viu na porta antes do amanhecer rs. Não que ela não soubesse, afinal, a twittagem da Mari foi de utilidade pública, e meu irmão (entre outros intrusos) pôde acompanhar o que acontecia e que havíamos sobrevivido. Conversei um bocado com ele também, estava elétrico, sem sono. Tentava assimilar passo a passo o que aconteceu nesse 13 de outubro. Afinal, pra que dormir quando pode-se sonhar acordado?

Ainda no metro, havia recebido o recado da menina de cabelos claros e mechas rosa: “Por favor, me avisa quando chegar, não importa a hora. Obrigada, amei o dia com vocês!”. Em retorno, respondi “Já cheguei e já tomei banho, amor. Você é linda por dentro e por fora! Eu é que agradeço!”.

PS.Parte final amanhã, pessoas ^^

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